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Dengue: Desafios, Prevenção e a Importância da Conscientização

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se tornou um dos principais problemas de saúde pública em diversas regiões tropicais e subtropicais do mundo. Com mais de 100 países afetados e centenas de milhões de pessoas em risco, a dengue é uma ameaça crescente, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas. A doença, caracterizada por febre alta, dores intensas no corpo e outras manifestações clínicas, pode evoluir para formas graves, como a dengue hemorrágica ou a síndrome do choque da dengue, condições que podem ser fatais se não tratadas adequadamente. O ciclo de transmissão da dengue envolve o mosquito Aedes aegypti como vetor. Este mosquito, facilmente identificável por suas listras brancas no corpo e nas pernas, prolifera em áreas onde há água parada, como recipientes, pneus, vasos de plantas, caixas d’água mal vedadas, entre outros. Após picar uma pessoa infectada, o mosquito pode transmitir o vírus para outras pessoas através de novas picadas, perpetuando o ciclo da doença. Com as mudanças climáticas e o aumento da urbanização desordenada, a população do Aedes aegypti tem crescido, facilitando a disseminação do vírus da dengue. A dengue é uma doença que pode se manifestar de várias formas, desde uma infecção assintomática até quadros graves. A forma clássica da dengue é caracterizada por febre alta súbita, dores de cabeça intensas, dor atrás dos olhos (retro-orbital), dores musculares e articulares, fadiga extrema, náuseas, vômitos e erupções cutâneas. Devido à intensidade das dores no corpo, a dengue é frequentemente chamada de “febre quebra-ossos”. Em alguns casos, após a fase febril, a doença pode evoluir para a dengue hemorrágica, caracterizada por aumento da permeabilidade vascular, hemorragias espontâneas e, nos casos mais graves, choque circulatório, que pode ser fatal. A prevenção da dengue é uma tarefa complexa, pois envolve o controle do mosquito Aedes aegypti. Medidas simples como eliminar focos de água parada, utilizar telas em janelas e portas, e aplicar repelentes podem reduzir significativamente o risco de transmissão. Campanhas de conscientização são fundamentais para educar a população sobre a importância dessas medidas preventivas. Além disso, a mobilização comunitária é essencial para garantir que todos contribuam para a eliminação de criadouros do mosquito em suas residências e áreas próximas. Nos últimos anos, houve avanços no desenvolvimento de vacinas contra a dengue. A primeira vacina licenciada, a Dengvaxia, mostrou eficácia variável dependendo da soropositividade prévia do indivíduo e da região geográfica. Embora tenha sido um passo importante, a vacina não substitui as medidas preventivas, pois não é eficaz em todos os casos e pode não ser recomendada para todos os grupos etários ou para pessoas que nunca foram expostas ao vírus. Pesquisas continuam em andamento para desenvolver vacinas mais eficazes e seguras que possam ser amplamente utilizadas em populações em risco. O tratamento da dengue é basicamente sintomático, uma vez que não existem antivirais específicos para o vírus da dengue. O manejo clínico adequado, incluindo a hidratação intensiva e o monitoramento constante, é crucial para evitar complicações graves. Em casos de dengue hemorrágica ou síndrome do choque da dengue, a hospitalização imediata é necessária para fornecer suporte vital e evitar o desfecho fatal. A automedicação, especialmente com medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (aspirina) ou anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), deve ser evitada, pois esses medicamentos podem aumentar o risco de hemorragias. Além dos desafios de prevenção e tratamento, a dengue também impõe uma carga econômica significativa, especialmente em países em desenvolvimento. Os custos associados à hospitalização, ao manejo de casos graves, à perda de produtividade devido à doença e às campanhas de controle vetorial são elevados. Portanto, investir em prevenção e em estratégias de controle do mosquito não só salva vidas, mas também reduz o impacto econômico da dengue nas sociedades afetadas. A conscientização da população é um dos pilares mais importantes no combate à dengue. É essencial que as pessoas compreendam o ciclo de vida do Aedes aegypti, reconheçam os sintomas da doença e saibam como proceder em caso de suspeita de infecção. O engajamento das comunidades, a implementação de políticas públicas eficazes e o suporte da ciência para desenvolver novas ferramentas de combate à dengue são fundamentais para enfrentar esse desafio de saúde global. A dengue é um problema multifacetado que exige uma abordagem integrada e colaborativa. A responsabilidade é de todos: cidadãos, profissionais de saúde, governos e organizações internacionais. Somente com esforços coordenados e contínuos será possível controlar a disseminação da dengue e proteger as populações mais vulneráveis dessa doença que continua a desafiar a saúde pública mundial. A luta contra a dengue é uma luta pela vida e pelo bem-estar de milhões de pessoas em todo o mundo, e cada ação preventiva é um passo importante nessa jornada.

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